Lua nova quase crescente, segundo dia do meu ciclo menstrual. Me senti imbuída de uma energia de internalização, de estar em casa, de cuidar. Nesse meu dia a dia de mãe, de autônoma, de buscar meu autoconhecimento, de cuidar de gatos, de ser companheira do meu parceiro, minhas plantas vinham pedindo um cuidado maior do que o rotineiro, o qual eu vinha adiando.
Hoje coloquei minha energia em movimento. Descalça na minha pequena varanda, enterrei minhas mãos na terra, cavei, afofei, replantei, troquei vasos, retirei folhas secas, mudei de lugar, cortei ervas para a secagem. Enraizei-me nesse processo. Aterrei-me.
E por fim, como faço todos os meses, reguei cada uma com meu sangue diluído na água, para que todas recebam um pouco da minha essência. O processo de plantar a Lua… um movimento que comecei há algum tempo e que tem me revelado a mim mesma a cada ciclo. Quanta beleza há no meu sangue, quanto mistério, quanta revelação - Vida, morte, vida. Vejo no meu sangue a geração de mim mesma. Há muito poder em recolher-se, observar-se parte da Terra e devolver-se a ela. E quanta riqueza meu sangue provê para essa pequena amostra de Natureza com a qual me cerco! O resultado são flores e abundância de verde que aparecem a cada rega que contém minha Lua.
E você? Como planta a si mesma?